Florianópolis e seus mistérios envolvendo astronomia
Antigamente, os povos que habitavam o litoral tinham suas formas de medir o tempo e as estações do ano através da astronomia.
Combinando astronomia, arqueologia e antropologia, o pesquisador Adnir Ramos encontrou na região da Lagoa da Conceição, agrupamentos de rochas posicionadas de forma diferente.
Esses formatos permitiam a observação precisa da posição solar nos solstícios e equinócios.
Este trabalho histórico é muito semelhante a Monumentos megalíticos, que designam construções monumentais com base em grandes blocos de pedras na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina.
Segundo registros do geólogo Vieira da Rosa, já existiam pedras sobrepostas umas as outras que se assemelhavam a este padrão de Itajaí até o farol de Santa Marta desde 1918.
Entretanto, com essa constatação surgiram dúvidas: Quem as colocou ali?
Este é um dos mistérios da Ilha de Santa Catarina que ainda ninguém descobriu, uma razão a mais para se lutar pela preservação desses sítios arqueoastronômicos e legado.
Quem utilizava esses pontos da Ilha como calendário e que com certeza dominava muito bem a astronomia.
Astronomia e Pontos Cardeais na Ilha
A princípio, esses blocos de pedra determinam de forma rústica os pontos cardeais da Ilha.
Com uma série de alinhamentos astronômicos, localizados em pontos geográficos acessíveis apenas por trilhas, como o Morro da Galheta, que já faz parte de um parque municipal, e a Ponta do Gravatá, no limite sul da Praia Mole.
Próximas a eles também se encontram inscrições rupestres, denotando a presença de povoações antigas que provavelmente desenvolveram esses sítios arqueológicos.
Solstícios e Equinócios em Florianópolis
Os solstícios e equinócios, eventos celestes que marcam a troca das estações do ano e movimentam algumas pessoas e turistas em busca de contemplar estes fenômenos naturais.
Esses monumentos são evidências de que os antigos habitantes do litoral, coletores que viviam da agricultura, caça e pesca milhares anos antes da chegada dos europeus, tinham conhecimentos de astronomia.
E que além disso, utilizavam esse conhecimento para marcar as estações do ano, podendo contar com instrumentos de medição do tempo que ainda hoje permitem compreender a mecânica do movimento solar.
Centro de arqueoastronomia
O Centro de arqueoastronomia nasceu em 2004 para centralizar o conhecimento de arqueologia e astronomia dos estudos feitos pelo pescador, pesquisador e professor Adnir Antonio Ramos.
Outro objetivo foi o de divulgar este patrimônio Arqueológico através do turismo consciente e ajudar na preservação do que restou de uma grande destruição feita por falta de consciência humana.
Acredite se quiser, mas estes monumentos ainda não são reconhecidos como patrimônio histórico e cultural do Brasil. Uma lástima.
Riscos de Conservação desta história
A verdade é que este importante patrimônio histórico e cultural corre o risco de se perder ou sumir.
Afinal, mais de 90% de nossos sambaquis foram destruídos para extrair o cal das conchas ou para pavimentar estradas.
Nossas artes rupestres encontram-se abandonadas a própria sorte garantida apenas pela dificuldade de acesso.
Além do mais. as escolas ensinam sobre o homem das cavernas da Europa e esquecem-se do homem do Sambaqui, estudando o mundo e desconhecendo o que tem no seu próprio quintal.
Aliás, uma bandeira que o Like Floripa defende é de que nossos monumentos megalíticos que possuem quase trinta anos de estudo sejam reconhecidos como patrimônio histórico, cultural e ancestral.
Documentário Arqueoastronomia em Floripa por Rafael Pessi
Por esses e ouros motivos, o Centro de Arqueoastronomia e o IMMA com apoio de nossos patrocinadores, estão implantando essa web site com a pretensão de reunir esses conhecimentos, através de fotos, vídeos, artigos e mapas para concretizar tais objetivos.
Conheça mais sobre o trabalho do IMMA no site deles: https://arqueoastronomia.com.br/