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Homem do Sambaqui e Florianópolis: relato pré-histórico brasileiro

Antes mesmo da chegada das expedições europeias chegarem a Ilha de Santa Catarina, índios habitavam essa terra.

Entretanto, um homem pré-histórico brasileiro viveu por aqui, de forma anterior ao próprio índio, sendo conhecido como homem do sambaqui.

Este homem primitivo do continente americano se deslocou para o litoral devido as transformações da natureza, a elevação dos níveis de temperatura e dos oceanos.

Aliás, a presença deles nessas localidades foi comprovada por meio de aglomerados de conchas e restos de peixes com mais de trinta metros de altura.

O nome desse tipo de formação calcária ficou conhecido como sambaqui, termo em tupi que significa “monte de concha”, por isso surgiu o nome Homem do Sambaqui.

A formação dessas comunidades corresponde à transformação dos hábitos alimentares do homem pré-histórico das Américas, pois, acredita-se que se tratava de uma verdadeira lata de lixo dos pré-históricos.

Martha Werneck Arte

Mudança alimentar e hábitos

Com o passar do tempo, a caça e a coleta perderam espaço para uma dieta marcada pelo sistemático consumo de peixes, crustáceos e outros frutos do mar.

Quando examinada a estrutura interna e os terrenos próximos aos sambaquis, percebe-se que suas comunidades desenvolveram o artesanato, a escultura e trabalharam também com a pedra polida.

O homem do Sambaqui, não domesticava qualquer tipo de animal e não usava o arco e a flecha ou qualquer arma propulsora.

Ele vivia principalmente da coleta e da pesca. A verdade é que, mais tarde, o homem do sambaqui também deu origem a grupos indígenas.

Infográfico Revista Nova Escola
Infográfico Revista Nova Escola

O que se sabe sobre o homem do Sambaqui?

As pinturas deixadas por ele em pedras e cavernas não foram ainda traduzidas.

Nessas pinturas rupestres eles desenharam animais, homens e sinais que certamente são uma tentativa de comunicação.

Existem cruzes, inclusive, entre esses símbolos. Claro nada têm a ver com o cristianismo; a cruz é um símbolo bem anterior a Cristo.

0 que se sabe é que o homem do sambaqui, o homem pré-histórico brasileiro, pertence ao neolítico e tem a cultura do neolitico.

Com a cuItura dessa época: ele tinha determinados conceitos a respeito dos principais fenomenos da natureza e tinha uma mitologia semelhante à do índio.

Entretanto, de certa forma, o índio pode ser visto como um sucessor do homem do sambaqui.

Homem do Sambaqui e os indígenas

Fatos comprovam a tese de que o homem do sambaqui deu origem a grupos indígenas.

Uma delas é a dos botocudos, hoje extintos, que formavam a única tribo que era hostilizada por todas as outras nações indigenas encontradas pelos portugueses, no século 16.

Eles eram chamados “tapuias”, ou seja, “os inimigos”, e formavam o agrupamento indigena mais atrasado do País.

Outro fato que pode confirmar a tese: os crânios dos botocudos têm caracteristicas comuns aos dos homens do sambaqui.

Assim, é bastante forte o indício de que teriam sido os últimos descendentes deles.

Martha Werneck Arte

O homem pré-histórico brasileiro era pacífico ?

Quanto mais atrasado‚ um grupo humano, mais pacífico ele é.

Quer dizer, agem como os animais: matam para se defender ou para se alimentar.

Matar por esporte, só mesmo o chamado homem civilizado, que introduziu isso e chegou a ensinar esse comportamento a animais: os cães, por exemplo.

Os botocudos, no entanto, assim como os xetás, desapareceram há cerca de cinquenta anos, e, com isso perdemos os últimos contatos com a nossa pré-história.

Quando o homem do sambaqui desapareceu?

O homem do sambaqui desapareceu inteiramente um pouco antes da chegada dos portugueses.

Sem dúvida, outros europeus estiveram aqui antes de Cabral, viajantes que se perderam no Atlantico ou mesmo os que vinham aqui deliberadamente para caçar e escravizar índios.

Mas mesmo esses não chegaram a ter qualquer contato com o homem do sambaqui.

Provavelmente, os últimos descendentes do homem pré-histórico brasileiro foram duas tribos, os xetás e os botocudos, que formavam as tribos mais atrasadas do Brasil e que foram inteiramente dizimados pelo homem branco e chamado civilizado neste século.

Dessa forma, o último contato que poderiamos ter com a nossa pré-história está perdido.

lrremediavelmente. . .

Visite o Museu do Homem do Sambaqui. Saiba mais aqui.

Agendamentos para grupos escolares e visitantes: somente por e-mail, com a Caroline (museu@colegiocatarinense.g12.br)
Telefone para contato: (48) 3251-1516

Com informações e trechos inspirados de um texto de Marco Antonio de Carvalho – 1980

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